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Bloco questiona vereador da Mobilidade

Nesta reunião, o Bloco de Esquerda questionou o vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar, sobre as prioridades inscritas nas Grandes Opções do Plano (GOP).

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) tem finalmente a gestão de um dos instrumentos mais importantes da mobilidade na cidade, a gestão da Carris. Maior capacidade de investimento é, neste momento, um dos pontos fulcrais para a CARRIS. Os planos até agora apresentados são ambiciosos, embora ainda não consigam responder cabalmente à necessidade de reversão dos estragos do processo de privatização da direita. Esses estragos foram demasiado grandes e profundos, por isso o caminho de reversão será mais lento do que seria desejável por parte dos utentes. Ainda assim, o orçamento apresentado, bem como o plano para a Carris demonstram um aumento significativo do investimento, nomeadamente em motoristas e material circulante. Mas como se resolverão problemas essenciais como a contratação coletiva ou a melhoria das condições de trabalho, bem como aumentar o número de motoristas (sabendo dos concursos existentes, também todos sabemos que não chegam)? Outra questão colocada pelos deputados do Bloco relacionou-se com o Plano de Mobilidade da Zona Ocidental. Este tema é muito importante e avançou após pressão do Bloco de Esquerda na Câmara Municipal. Mas é preciso concretizar. As populações das várias freguesias da Zona Ocidental continuam a esperar e desesperar por mais transportes e os que existem com mais frequência e rotas melhoradas. Sobre este tema o grupo municipal do Bloco questionou o vereador se está previsto que se avance, já em 2018, com alguma parte deste plano de mobilidade, e quais as expectativas que o executivo tem sobre esta matéria.

A EMEL é hoje uma empresa municipal, separada de outras empresas, que tratam de mobilidade, como a Carris. Isto pode ser prejudicial, pois a mobilidade é algo que deve ser trabalhado em articulação, tendo em conta os vários meios de transporte, as dinâmicas da cidade e as necessidades das populações. Ora, o estacionamento é grande parte dessa articulação, tanto mais que continuam a entrar demasiados carros na cidade, aumentando o nível de poluição, de ruído e de tráfego. A política que tem sido seguida não tem, factualmente, resolvido o problema da entrada de milhares de carros dia na cidade. Pelo contrário. Como a política foi de privatização dos transportes públicos e sua deterioração, a escolha foi recaindo cada vez mais no transporte pessoal. Por isso é que o transporte público e o investimento sério nele é a chave para ajudar a resolver outros problemas, como o estacionamento. Havendo uma boa oferta pública, a escolha pelo transporte pessoal vai diminuindo. Mas também é preciso articulação quando se fala nos parques de estacionamento dissuasores, que são importantes especialmente para ajudar a colmatar a poluição e ruído dos milhares de carros que vêm de fora da cidade, articulação com o Metro, especialmente, mas também com a Carris e construção de parques deste género nos locais onde faça, efetivamente, sentido. E tem que haver articulação destes parques com o próprio passe, para que existam, de facto, incentivos à população para aderir a este tipo de serviços. Não basta uma política de caça á multa sem se pensar nos problemas de forma mais alongada no tempo e indo às suas razões não se resolverão os problemas identificados tão cedo.

Finalmente, sobre segurança, o grupo municipal do Bloco manifestou preocupação sobre nas GOP estar referida a reorganização territorial do RSB. É necessário saber quais os planos concretos previstos para esta reorganização. Sabe-se que proximamente será aberto um novo quartel no Martim Moniz, embora existam críticas mesmo por parte dos profissionais sobre a vantagem do local para o bom desempenho das funções do RSB. Outra questão, incluída nesta temática, embora não o deva ser exclusivamente, relaciona-se com algo já alvo de debate temático desta assembleia municipal. Continua a insistir-se em algo que o Bloco de Esquerda sempre considerou que não era a melhor solução: a videovigilância da qual o BE sempre discordou.