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Bloco quer alterar código da estrada para proteger ciclistas e peões

Manifestação “Basta de atropelamentos” no Terreiro do Paço em Lisboa – Foto de Mário Cruz/Lusa
Manifestação “Basta de atropelamentos” no Terreiro do Paço em Lisboa – Foto de Mário Cruz/Lusa

José Manuel Caetano, presidente da FPCUB, disse à agência Lusa: “O conjunto de acidentes que tiveram lugar nos últimos dois meses, forçaram que os nossos associados e as pessoas em geral nos empurrassem para esta manifestação, dizendo que temos de fazer alguma coisa”.

Segundo a FPCUB a manifestação realizou-se em 27 cidades do país.

José Manuel Caetano disse ainda à Lusa que o pedido dos manifestantes é a “acalmia do tráfego”.

“Se se conseguir acalmar o tráfego, não são precisas grandes infraestruturas. Isto é um frenesim e andamos todos a correr não sei para quê”, afirmou, garantindo que é para continuar a “discussão pacífica e a sensibilização de consciências de um problema nacional, que tem de ser resolvido”.

A federação tem já assento na Comissão para a Mobilidade para a Mobilidade Ligeira, na qual já fizeram propostas para a alteração do Código da Estrada, lembrou à Lusa o presidente da FPCUB.

No protesto de Lisboa foi lido um manifesto pedindo menor velocidade da circulação automóvel nas cidades, que foi aprovado pelos participantes, assim como uma moção de confiança para a FPCUB continue a sua ação. Foi ainda respeitado um minuto de silêncio pelas vítimas mortais em atropelamentos e seguidamente os ciclistas dirigiram-se até à Praça dos Restauradores pela Rua da Prata.

 

O Bloco de Esquerda anunciou, em comunicado, a solidariedade com o protesto, salientando que a segurança dos peões e dos velocípedes é uma preocupação antiga do partido, que efetuou uma “proposta para levar a votação uma alteração ao Código da Estrada, de modo a atacar o drama das mortes dos utilizadores vulneráveis na estrada”.

A proposta do Bloco prevê:

- O direito à utilização pelos velocípedes dos corredores BUS

- O direito à utilização da faixa da direita, acabando com a obrigatoriedade da circulação pelas bermas e passeios

- Introduz as zonas de estadia (20 km/h) e as zonas 30 km/h

- O direito dos velocípedes de circularem a par

- Introduz novas regras de prioridade que protegem os velocípedes e que revogam a obrigação de ceder prioridade aos veículos a motor em inúmeras situações

- Obrigação dos veículos a motor moderarem a velocidade na presença de velocípedes

- Limite de 50 km/h nas manobras na presença de velocípedes

- Obrigação de uma distância mínima de segurança de 1,5 metros

- Direito à utilização dos passeios por crianças até aos 10 anos

A proposta prevê ainda medidas para o aumento da segurança dos peões.