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Websummit: Bloco vota contra proposta e alerta para derrapagem no financiamento público

Web Summit. Lisboa. 2018. Foto de Web Summit. Flickr.

A empresa que gere a Web Summit em Lisboa tem um acordo com a CML e o Governo que lhe garante um investimento público anual de 11 milhões durante dez anos, três milhões dos quais são assegurados pela Câmara Municipal de Lisboa. As alterações a esse acordo que vão dia 17 a votos prevêem que a autarquia pague mais 4,7 milhões ainda em 2019. Isto é inaceitável.

Fernando Medina e António Costa garantiram um espaço que não tinham para o evento de Paddy Cosgrave. Acordaram para a edição deste ano uma ampliação do espaço, com conclusão prevista e falhada para 1 de Outubro, de 53 mil m2 de área de exposição permanente e 18 mil m2 de área de exposição temporária. O problema é que o fizeram sem ter o acordo sobre o tipo de investimento por parte da proprietária do espaço, a AIP.

Em Maio de 2019, foi noticiado que haveria um embate entre Fernando Medina e Rocha de Matos (AIP), sendo que Medina fez questão de desdramatizar a situação, pondo a hipótese de instalar a WebSummit em outro local. A desdramatização leva agora à apresentação de uma proposta com uma derrapagem que custará aos contribuintes mais 4,7 milhões de euros do que o previsto.

O Bloco de Esquerda Lisboa desde cedo se posicionou contra o acordo entre a CML e o WebSummit. Apesar de defender que Lisboa deverá acolher iniciativas internacionais com interesse para a cidade e para o país, o Bloco desde cedo questionou a implementação de um equipamento de gestão privada com 110 mil metros quadrados com financiamento público.

Este serve para acolher este evento, mas não existe qualquer projeto, proposta ou plano relativamente à sua utilidade futura”. É um investimento à medida, que ainda por cima derrapa. 

Um acordo que foi feito às escondidas garantia 11 milhões anuais de fundos públicos, 3 dos quais da autarquia. Agora, afinal dizem-nos que serão quase 16 milhões de euros, 7,7 dos quais vindos dos cofres da autarquia. Há, como as pessoas sabem, outras prioridades de investimento na cidade. Habitação, transportes, espaço público. O Bloco de Esquerda irá, consequentemente, votar contra as propostas relativas à Websummit.