Share |

“Não pode voltar a pairar o fantasma da privatização sobre a Carris”

Ricardo Robles, deputado municpal e candidato do Bloco à Câmara de Lisboa. Foto de Paulete Matos.

Ricardo Robles, candidato do Bloco à Câmara de Lisboa, afirmou que “esta decisão do Presidente da República é claramente um veto político, ou seja, é o Presidente da República a dizer à Assembleia da República que não aceita que haja uma transferência da Carris para o município de Lisboa com determinadas condições”.

O deputado municipal do Bloco afirmou que a decisão do Presidente surge em contraciclo com a vontade dos munícipes. “Há uma grande convergência na cidade, nos órgãos da cidade, mas também na Assembleia da República de que o serviço da Carris deve continuar um serviço público de transportes e não deve ser privatizado”, disse.

Ricardo Robles entende que “tem de haver um serviço público de transporte de qualidade na cidade de Lisboa, através da Carris, e isso só pode ser garantido sendo o município a fazê-lo”.

Numa breve nota no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinha que “o presente decreto impõe ao Governo e às autarquias locais um regime que proíbe qualquer concessão da Carris, mesmo que tal possa vir a corresponder, um dia, à vontade da autarquia local”.

Ricardo Robles referiu que o Bloco aprovou o diploma precisamente porque previa “determinadas condições” para a municipalização da Carris, uma das quais rejeitando “qualquer tipo de alienação”.

“Para que a Carris possa ir para o município há este acordo que tem várias condições, não é só manutenção da Carris como serviço público de transportes, é o património, os trabalhadores, a dívida e portanto, há várias condições para que a Carris passe do Estado para o município”, realçou Ricardo Robles.

Terminou, reafirmando a coerência do Bloco de Esquerda em relação a uma Carris de serviço público e não privada, e declarou que, em setembro, “assim que retomarmos os trabalhos na Assembleia da República vamos defender exatamente a mesma coisa, não há alterações ao decreto é assim que ele se vai manter, serviço público e de qualidade nos transportes em Lisboa para beneficiar os lisboetas”.

Artigo originalmente publicado em Esquerda.net a 9 de Agosto, 2017 - 17:51h