"Estátuas querem que sejamos. Querem que continuemos mudos a assistir ao mundo que passa sem nada podermos fazer. Querem que fiquemos estáticos, parados, serenos e de olhar vazio enquanto as chuvas corrosivas e os ventos nos deterioram a vida e as gaivotas nos vão pousando em cima.
Os ventos são os que fizeram emigrar uma média de 80 mil pessoas por ano entre 2007 e 2012.
As chuvas, cada vez mais fortes, são as que fizeram com que este número subisse para 128 mil pessoas só em 2013.
As gaivotas são a austeridade e um desemprego de jovens com habilitações superiores que já afetou 39,1% dos jovens.
Somos o décimo país no mundo com maior percentagem de jovens que não estudam nem trabalham, 17% da população entre os 15 e os 29 anos.
O país perdeu meio milhão de jovens desde 2001: desde que há registos, nunca houve tão poucos jovens em Portugal. Perante isto, dizem-nos que sejamos empreendedores, que emigrar é uma oportunidade, que devemos expandir horizontes.
Querem que, como estátuas, assistamos a um país à beira do abismo. Sejamos estátuas então, mas apenas pela sua força de ferro e cobre indestrutíveis. Sejamos estátuas então, mas ganhemos vida. Levantemo-nos, insurjamo-nos, revoltemo-nos contra este governo ao serviço dos mercados financeiros que nos impões a sua política de destruição das nossas vidas.
Com esta ação, o Bloco de Esquerda lança hoje uma campanha nacional sobre emigração e precariedade na juventude que levará a todos os distritos o debate e as propostas sobre as soluções para um país que está a encerrar. Nesta campanha juntaremos pessoas que emigraram, investigadores, jovens precários em dezenas de sessões que deem mais força à luta por um país decente onde os seus jovens tenham espaço para viver com dignidade."
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