“Garantir segurança aos moradores e visitantes é um dever do Estado e sabemos empiricamente a melhor forma de o fazer, com bons exemplos em todo o mundo. Em vez de muros, é necessário investir na dinamização do espaço público, com iniciativas culturais que envolvam a comunidade, com iluminação noturna adequada e policiamento de proximidade”, defendeu Manuel Grilo.
Durante a reunião da Câmara, que teve lugar esta manhã, o vereador bloquista defendeu que “uma cidade não é um centro comercial que abre e fecha de acordo com as horas do concessionário do espaço”.
“Na cidade, o espaço público é para ser vivido e não pode ser ocupado apenas por negócios de consumo obrigatório”, sublinhou, avançando que “foi por isso sem surpresa que centenas de pessoas se manifestaram no Martim Moniz para exigir um jardim contra uma solução inventada por investidores privados”.
E “foi também por isso que Medina foi obrigado a efabular o seu projeto para o Adamastor, perante um auditório descrédulo, cheio de ativistas pelo espaço público”, acrescentou Manuel Grilo.
Quase sete meses após ter sido instalada uma vedação provisória a interditar o acesso ao Miradouro de Sta. Catarina, conhecido como Adamastor, Fernando Medina apresentou em fevereiro o projeto da Câmara de Lisboa, que contempla uma vedação metálica com dois metros de altura e três portas. Segundo esclareceu o presidente da autarquia esta sexta-feira, o horário de encerramento será das 23h às 7h.
Opondo-se ao projeto, o Bloco apresentou uma proposta alternativa que prevê “a instalação de equipamentos como bancos públicos e mesas independentes do quiosque”, o aumento da presença policial e ainda um “plano anual de dinamização do espaço”, com feiras, concertos e outros eventos culturais.
Na reunião de Câmara, a proposta de Medina passou com os votos contra do Bloco e PCP, a abstenção do PSD e os votos a favor do CDS.
Artigo originalmente publicado em Esquerda.net, 22 de Março, 2019 - 12:46h
Anexo | Tamanho |
---|---|
proposta_-_miradouro_de_santa_catarina_vf | 107.89 KB |