Bloco pede explicações sobre novo projeto comercial para o Martim Moniz

Através das notícias divulgadas pela comunicação social, e também da apresentação que o vereador Manuel Salgado fez no passado dia 20 de novembro, numa sessão de esclarecimento no Hotel Mundial, o Bloco teve conhecimento de que a Câmara Municipal de Lisboa está neste momento a planear uma nova intervenção na Praça do Martim Moniz.

Esta intervenção passa pela remodelação de toda a praça. Está pensado para este espaço um centro comercial à base de contentores, que estará vedado ao público durante a noite. Os quiosques desaparecem, bem como as esculturas evocativas da muralha.

Num requerimento endereçado ao presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, no qual são solicitadas informações sobre este processo, a deputada bloquista Isabel Pires defende “uma cidade partilhada por todos e todas, em que as pessoas não são obrigadas a consumir para usufruir do espaço público e onde a segurança é garantida sem muros ou vedações”.

“No Martim Moniz temos essa oportunidade de retomar uma praça e aumentar as zonas verdes da cidade, com equipamentos públicos para todos”, lê-se no documento.

Durante a reunião pública do dia 20 de novembro, que decorreu no Hotel Mundial, e perante uma sala cheia de munícipes, o vereador Manuel Salgado reconheceu estar a agir contra a vontade da população. “Ouvi que a larga maioria prefere um jardim público, e isso ficou muito claro no meu espírito e no meu registo (…), mas não vos vou prometer nada”, salientou o autarca.

Durante este encontro, Fábio Salgado, eleito do Bloco na Assembleia de Freguesia de Santa Maria Maior, lembrou que este processo começou em 2012, com a assinatura de um contrato de concessão de 10 quiosques. “Passados cinco anos ou menos, o próprio vereador assumiu que o projeto falhou”, frisou. Fábio Salgado assinalou que, mediante o falhanço do projeto, a Câmara optou por cometer um erro evidente, que passa por permitir trocar o concessionário e alargar o período de concessão. Acresce que se passa de uma concessão de dez quiosques para a concessão de uma praça inteira. “Ou melhor, pelo que parece pela apresentação do projeto, para um plano de urbanização do Martim Moniz”, salientou o representante bloquista.