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Concelhia de Lisboa

 

Resumo da actividade da Concelhia de Lisboa (2010-2012)

A Campanha “Aqui Podia Viver Gente”

A Concelhia concretizou a principal campanha enunciada no seu programa de candidatura: uma campanha pela reabilitação urbana na cidade e inversão de um dos seus maiores problemas: a desertificação durante décadas, associada a um processo de degradação e de insegurança crescente. A campanha Aqui Podia Viver Gente pretendia dar a conhecer as propostas do Bloco em torno do investimento público na reabilitação urbana associada à criação de bolsas de arrendamento acessível e combate à especulação, promoção da actividade económica e do emprego através da reabilitação. Considera-se que foi um objetivo alcançado, tendo conseguido comunicar aos munícipes da cidade (e não só) qual é a posição do Bloco sobre esta matéria e as suas propostas.

Atividades da campanha:

- murais em edifícios devolutos da cidade

- colocação de 60 faixas em edifícios devolutos da cidade

- desenvolvimento de um blog com as propostas do Bloco, textos de opinião, dados estatísticos, caracterização da cidade devoluta, notícias, iniciativas do bloco em torno da temática nas assembleias municipais, freguesias, etc.

- organização de um fórum sobre reabilitação urbana no Teatro A Barraca que teve uma ampla participação de associações e movimentos da cidade interessados nessas questões.

- uma iniciativa pública com o Coordenador do Bloco para chamar a atenção das propostas e da campanha na comunicação social.

- edição de um folheto, mas dificuldades e insuficiência na sua divulgação

A organização da campanha seguiu um modelo participativo e de envolvimento dos aderentes tendo convidado todos e todas em Lisboa para a primeira reunião e para participarem no processo de conceção e organização da campanha. A partir daí formou-se um grupo de trabalho que conseguiu envolver vários aderentes novos. Foi este grupo, juntamente com a concelhia, que desenhou e dinamizou a campanha nas suas várias vertentes. O sucesso da campanha em Lisboa levou a que noutros pontos do país também se tomassem iniciativas semelhantes de menor dimensão.

Plenários Concelhios

A concelhia fez em 24 meses de mandato 10 plenários de aderentes para discussão política geral e/ou temática.

Comunicação

Desenvolveu um site próprio, o Blocolx.org, e a participação em diversas redes sociais, organizando e aumentando a sua capacidade de comunicação com o exterior.

 

Greves Gerais e mobilizações

Participou na mobilização para duas Greves Gerais, 24/11 de 2010 e 2011, e na campanha eleitoral para as eleições legislativas que decorreram da queda do governo PS. A Concelhia reconhece que houve dificuldades organizativas e de envolvimento dos aderentes nestes processos.

Para além destas atividades, foram ainda realizadas mobilizações especificas, como a ação contra a redução do IVA do Golfe, considerada um sucesso em termos de comunicação.

Articulação com os autarcas

Do ponto de vista da articulação com os autarcas organizou, com o grupo municipal na AML, plenários bimensais de debate temático. Ainda assim, esta articulação teve deficiências, com falta de apoio eficaz aos autarcas, dificuldades na promoção da partilha de experiências, falta de comunicação sobre os processos e propostas ao nível municipal (que nos últimos meses se tentou melhorar com o envio de relatórios e das propostas e moções para os/as autarcas de cada reunião municipal).

Grupos de Trabalho e núcleos

Tentou, sem sucesso criar um grupo de reflexão sobre Urbanismo e sobre poder local. Apesar de não o ter conseguido, entende que são área de reflexão e trabalho importante a desenvolver no futuro.

A Concelhia de Lisboa valoriza os núcleos do Bloco autorganizados na cidade, quer territoriais quer temáticos e assim recebeu com entusiasmo o Núcleo do Ensino Superior, Investigação e Ciência, procurando apoiar e difundir a iniciativa e apelar a este tipo de iniciativas. No entanto, teve insuficiências na articulação com os grupos de trabalho não tendo aprofundado suficientemente a comunicação, apoio e articulação de trabalho com estes.

Organizou um número insuficiente de sessões públicas, considerando no entanto que estas são importantes formas de comunicação e de envolvimento.

Perante as dificuldades de mobilização e participação sentidas particularmente no segundo semestre de 2011, em Dezembro, a concelhia decidiu promover a formação de grupos de trabalho que organizassem campanhas temáticas nas áreas da saúde, transportes e habitação, com um modelo organizacional inspirado na campanha Aqui Podia Viver Gente. Estes grupos têm demonstrado sucesso nestes temas envolvendo novos aderentes, promovendo a interacção com outros movimentos e associações da cidade, dando visibilidade às nossas propostas e permitindo o contacto com pessoas fora do Bloco. Este deve ser um caminho a prosseguir.

Desde a criação destes grupos, várias atividades têm sido realizadas nos seus âmbitos específicos de intervenção: sessões sobre a nova lei das rendas, mobilizações contra a redução do serviço da Carris, plenários de discussão sobre a reforma do SNS em Lisboa, entre outros.

Avaliação geral da atividade e considerações sobre as dificuldades de mobilização

A Coordenadora Concelhia de Lisboa procurou desenvolver áreas de atividade que consolidassem a intervenção do Bloco de Esquerda na Cidade. Embora com largas deficiências, que devem ser corrigidas, há instrumentos e aprendizagens que devem ser valorizadas no trabalho futuro. Nas insuficiências de mobilização da Concelhia de Lisboa há ainda fatores de conjuntura que não devem ser ignorados, e que são transversais, tendo sido notas em muitas outras áeras de intervenção do Bloco de Esquerda:

·         O efeito da derrota eleitoral do Bloco de Esquerda nas eleições legislativas;

·         O profundo processo de reflexão interna, e de desmobilização generalizada;

·         O efeito da crise, quer em termos económicos, como pelo seu efeito social e psicológico, em toda a população e também nos aderentes e militantes do Bloco.

Com efeito, a desmobilização geral afetou diretamente a Coordenadora Concelhia que, ao longo do mandato, assistiu ao desaparecimento de vários dos seus membros, sem que a maioria tenha renunciado ao cargo ocupado.

Perante este contexto, a Coordenadora Concelhia de Lisboa aponta como insuficiências concretas do seu trabalho, a ser melhor desenvolvidas no futuro:

·         Ligação aos autarcas e eleitos na AML;

·         Integração de novos aderentes;

·         Acompanhamento dos grupos de trabalho;

·         Organização na comunicação com os diversos aderentes.

E como fatores a manter:

·         Fomento de grupos de trabalho temáticos, que se organizem em torno de campanhas concretas;

·         Organização interna das greves gerais, com piquetes organizados pelo Bloco;

·         Sistematização da informação da concelhia num site e blog que permita uma melhor comunicação com aderentes e simpatizantes.

Assumindo com frontalidade os erros do trabalho desenvolvido, mas também os seus pontos positivos, confiamos que o balanço da atividade concelhia nos últimos dois anos irá contribuir para ultrapassar as dificuldades e fortalecer as boas experiencias, e disponibilizamo-nos para, em conjunto com a próxima concelhia eleita, contribuir para esse trabalho de fortalecimento do Bloco de Esquerda em Lisboa, o objetivo de todas e todos nós.