Catarina Martins esteve, juntamente com a deputada Ana Drago e outros ativistas do Bloco, numa ação organizada pelo grupo de transportes do partido junto à estação de metro do Campo Grande, em Lisboa, para protestar contra os aumentos abusivos e apresentar oprojeto de resolução do Bloco.
Em apenas um ano e meio o Governo decretou três subidas nos preços, que provocaram um aumento médio acumulado dos preços entre os 20% e os 25%. Atualmente, um casal com 2 filhos gasta 140 euros em transportes públicos por mês.
Catarina Martins declarou à Lusa:
“Apresentámos já um número de iniciativas sobre esta matéria no Orçamento do Estado, tentámos impedir que os passes pudessem aumentar mais do que a inflação. Vimos agora no início do ano que aumentaram em muitos casos mais de 20 por cento. Temos um projeto de resolução na Assembleia da República para que estes aumentos não possam acontecer”.
O maior aumento anual ocorreu no Porto, com o passe mensal zonamento A, dos STCP. Este título custava 29 euros em 2012. Como foi extinto, os cidadãos devem agora transitar para o título de assinatura mensal zonamento ABC, com um custo de 46,8 euros. O mesmo aconteceu com os passes zonamento B – custava 38,85 euros-, zonamento C - custava 32,75 euros -, e zonamento AC – custava 38 euros. Como todos estes títulos foram extintos os seus utilizadores foram obrigados a transitar para o passe zonamento ABC que custa 46,8 euros. Esta transição implica um aumento nos encargos mensais com transportes de cada utilizar de 20,5%, 42,9% e 23,2%, respetivamente.
Também em Lisboa, o fim dos passes mensais Urbano da Carris e do Metropolitano de Lisboa, com o preço de 29 euros, obrigou os seus utilizadores a transitarem para o título mensal Navegante, com um valor de 35 euros, um aumento de 20,7%.
Mas os aumentos acima dos 0,9% não se ficam por aqui. Na Carris, o preço de uma viagem utilizando o título Zapping passou de 1,15 euros para 1,25 euros, um aumento de 8,7%.
No Metropolitano de Lisboa, um bilhete de viagem na rede passou de 1,25 euros para 1,4 euros, uma subida de 12%, e o bilhete diário subiu de 5 euros para 6 euros, uma subida de 20%.
No Metropolitano do Porto, os títulos de viagem Z10, Z11 e Z12 subiram de 4,1 euros para 4,2 euros, de 4,4 euros para 4,6 euros e de 4,7 euros para 5 euros, respetivamente. As subidas foram, assim, de 2,4%, 4,6% e de 6,4%. Já os títulos de viagem Z2 e Z5 subiram 4,3% e 2,2%. Os títulos Andante24 Z5 e Z6 subiram de 7,75 euros para 7,95 euros e de 9,15 para 9,3 euros, respetivamente, subindo assim 2,6% e 1,6%.
Nos títulos da Transtejo/ Soflusa, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda detetou aumentos no bilhete simples do trajeto Cacilhas – Cais do Sodré de 4,3% e no título Zapping no mesmo percurso, de 7,3%.
Nas declarações à comunicação social, a coordenadora do Bloco referiu que o projeto de resolução apresentado é também “para que voltem os passes [próprios] do Metro e da Carris”, extintos no final do ano passado.
Catarina Martins lembrou que os transportes públicos têm tido “aumentos incomportáveis para as famílias”, recordou que “ no último ano, houve aumentos acima dos 30%, e para as crianças, jovens, estudantes e pessoas de mais idade houve aumentos de mais de 100%, com o fim de parte dos passes”.
A coordenadora do Bloco frisou que “há já 12 milhões a menos de utentes dos transportes públicos em Portugal” e defende que “o que o Governo está a fazer é acabar com a mobilidade, acabar com os transportes públicos e tornar o quotidiano das pessoas ainda mais difícil, numa altura em que os salários são ainda mais reduzidos”.