Share |

Comunicado: Bloco de Esquerda questiona Fernando Medina sobre falta de bicicletas GIRA

Segundo a EMEL, a Janeiro de 2019, a rede de bicicletas GIRA havia já contabilizado mais de 1 milhão de viagens e contava com mais de 19 mil “passes anuais ativos”, com enorme potencial de aumento destes números dado os planos de expansão da rede GIRA para toda a cidade;

Apesar desta rede de transporte urbana não poluente ter vindo a ser cada vez mais utilizada e desejada pela população, a disponibilidade de bicicletas tem vindo a fazer o caminho inverso, ou seja, é cada vez mais difícil recorrer a este sistema, tendo até tido como resultado final a rescisão contratual com a empresa Órbita no passado mês de Abril;

Segundo comunicado da EMEL em Abril de 2019, o sistema de bicicletas partilhadas contava "apenas com 92 estações em vez das 140 previstas", sendo que, "destas 92 estações, 74 estão em operação", 15 já estão instaladas no terreno, mas "não podem entrar em operação por falta de bicicletas", e "outras três estão inoperacionais por falta de componentes, sendo todas estas falhas da responsabilidade da Órbita";

Quanto ao futuro, a EMEL dá nota de que "O concurso a ser lançado para a expansão, operação e manutenção da rede Gira prevê que sejam adicionadas ao sistema existente até ao total de 3.500 bicicletas, 80% das quais elétricas, e até 350 estações, durante um período máximo de oito anos", sem associar qualquer cronograma para o concurso público que permita perceber se é ou não cumprido o plano de expansão para todas as freguesias de Lisboa em 2020;

A conquista da redução do preço base, por via da concorrência, é assim, passado pouco tempo de implementação de contrato, substituída pelo fracasso e quebra de confiança por parte de quem confiou num sistema público de mobilidade não poluente e que pagou passes anuais que neste momento não correspondem às necessidades de procura do serviço;

É precisamente num momento de aparecimento da concorrência direta de um operador privado na cidade de Lisboa, sejam trotinetes ou bicicletas, que o serviço público se deteriora e abre o caminho à transferência de utilizadores da rede pública para a rede privada.

Questionamos o Presidente da CML em relação a três pontos essenciais que consideramos ser da maior importância para a cidade e para o combate às alterações climáticas.

1. Qual o cronograma do novo concurso público internacional anunciado pela EMEL?

2. Está ou não definido um plano de contingência que permita repor as condições mínimas do serviço previstas no contrato de concessão com a Órbita, para o período de tempo até à existência de um novo fornecedor de bicicletas, tendo em conta que, apesar de a EMEL garantir que as bicicletas já existentes do contrato com a Órbita se mantém em serviço, os números bicicletas em operação têm diminuído consideravelmente, podendo até colocar em causa o futuro uso da rede GIRA por falta de confiança?

3. Estão previstas medidas compensatórias, como, por exemplo, a extensão do passe anual para mais um ano, sem custos adicionais, considerando a falta de disponibilidade de bicicletas reivindicada pela população que já pagou o passe anual?

AnexoTamanho
requerimento_gira1.pdf575.26 KB