A perda de população em Lisboa tem sido uma das questões mais pertinentes na evolução da cidade, visto que este abandono tem imensos reflexos em áreas-chave que determinam a qualidade de vida dos seus cidadãos.
Assim, verificamos que a população de Lisboa desceu para 519.795 habitantes em 2005, passando a representar 4,9% do total nacional, quando em 2001 tinha 564.657 habitantes, verificando-se portanto um decréscimo de 0,6% ao nível da distribuição demográfica nacional (DN, 29/05/2007).
Esta descida populacional encontra justificação em várias razões que têm afastado a população jovem da cidade, como a falta de meios económicos para sustentar um arrendamento especulativo ou os preços inflacionados na aquisição de habitação própria.
Se formos mais longe no tempo, constata-se que desde 1980 que a população lisboeta tem decrescido. Mais concretamente, saíram de Lisboa 287 mil habitantes nos últimos 30 anos, o que representa uma quebra de 35,6%(!).
É um número assustador numa altura em que as pessoas, apesar de não poderem viver em Lisboa, têm de viajar todos os dias em direcção à cidade para trabalharem, num rodopio pendular que consome tempo, combustível e vai tornando insustentável o dia-a-dia de milhares de "lisboetas", que são empurrados para os subúrbios da Grande Lisboa.
Assim, o que se tem verificado em Lisboa é o aumento de uma população envelhecida que já conta 24% de idosos, quando a média nacional é de apenas 17%.
A par do envelhecimento urbano de Lisboa, junta-se a degradação e abandono de um enorme parque urbano, habitacional e comercial, onde se incluem prédios, casas térreas, palacetes, etc... que ocupam espaço dentro da cidade, sem realmente a servir e aos seus habitantes.
De acordo com dados da Câmara Municipal de Lisboa(CML), só um em cada 12 prédios vazios estão entaipados, emparcelados ou selados.
Mais de 2.600 edifícios da capital estão parcialmente desabitados e mais de 1.500 completamente vazios (Expresso, 06/10/2008).
Estes dados evidenciam claramente a negligência do Governo em resolver um assunto que afecta a vida de milhares de pessoas, inviabilizadas de residir em Lisboa apesar de trabalharem cá. A par disso, existe sempre o perigo de derrocada que representam estes prédios devolutos para transeuntes e para quem vive contiguamente e que, além do mais, desvalorizam a cidade e a mostram velha e gasta.
Orçamentem isto!
+ Reabilitação
+ Arrendamento
+ Emprego